Decidindo a Edificação

Decidindo  a Edificação
" Fiel é Deus, pelo qual fostes chamados a comunhão de seu Filho Jesus Cristo nosso Senhor " 1 Coríntios 1:9

sábado, 1 de janeiro de 2011

Uma Figura e Uma Realidade

       A Ceia do Senhor

A santa ceia, o partir do pão, assim é chamada a proclamação realizada por Jesus Cristo perante seus discípulos após ter celebrado a Páscoa com eles em Jerusalém.
Durante muitos séculos, a realidade
prática e a simplicidade da ceia do Senhor Jesus Cristo foi sendo perdida, e aos poucos substituída por um ritual religioso e sem vida. 

A comunhão do Filho de Deus com seus santos foi substituída pelas decisões de um sistema clerical baseadas em mensagens, cânticos, testemunhos particulares e eufóricas "liberações do espírito", com um recheio sutil de legalismo e restrições partidárias com respeito aos que podem ou não participar da Ceia do Senhor.
Além de uma liberdade organizada, pois o que vai acontecer já está determinado, apenas espera a hora propícia para que alguns, "dos irmãos" se levantem e dêem o rumo desta reunião.

O sentido simples da mesa e sua mutualidade, como também sua unidade, e inclusão, foram trocados pela uniformidade ou conformidade dos santos a um sistema quase imperceptível de normas e regras a seguir para se está adequado a participar da Ceia do Senhor e da unidade do corpo de Cristo.

Desde o século quatro e mesmo depois, após a abertura e publicação das Escrituras Sagradas, o Senhor tem levantado homens e mulheres em meio aos seus santos para expor as verdades e práticas da Sua Igreja e Reino.
Com a finalidade de restaurar, trazendo de volta o frescor e a vida que há na pessoa de Jesus Cristo e nas verdades que Ele nos deu.

Com respeito a Ceia do Senhor, podemos afirmar que alguns santos do século passado obtiveram revelação e significado profundo desta Ceia.
Dentre os quais podemos citar; C. H. Mackintosh, Watchman Nee, Stephen Kauang e Witness Lee.  Acredito que o nosso Deus jamais parou, Ele trabalha até agora, Ele permanece o mesmo, e Suas verdades não mudam.
Mesmo hoje o Senhor tem levantado homens e mulheres para vencer toda a situação degradada que se encontra no cristianismo.
Homens e mulheres que amam o Senhor e a Sua palavra.

De forma resumida e simples iremos abordar um aspecto da realidade da Ceia do Senhor. Leia-mos;

No primeiro dia da Festa dos Pães Asmos, vieram os discípulos a Jesus e lhe perguntaram: Onde queres que te façamos os preparativos para comeres a Páscoa? E ele lhes respondeu: Ide à cidade ter com certo homem e dizei-lhe: O Mestre manda dizer: O meu tempo está próximo; em tua casa celebrarei a Páscoa com os meus discípulos. E eles fizeram como Jesus lhes ordenara e prepararam a Páscoa. Chegada a tarde, pôs-se ele à mesa com os doze discípulos  (Mateus 26:17-20)

Esta passagem da Bíblia nos mostra um evento muito importante para o Reino de Deus, na verdade muito importante para todos os cristãos que amam o Senhor e o servem. Esta reunião dos discípulos com seu mestre era o anúncio prévio da realidade que ocorreria com o Senhor jesus, e também a revelação da consumação e introdução da prática da Igreja e do Reino.
Não era uma simples reunião onde o Senhor instituiria Sua Ceia, não só isso, mas ali haveria uma reunião onde os símbolos praticados pelo povo judeu se tornariam uma realidade na Igreja por meio do reino.

Na maioria das vezes atropelamos a essência e centralizamos a figura, por isso perdemos o vigor e a graça deste memorial.
Mas iremos vislumbrar esta verdade começando pelo verso 17 que inicia dizendo: " No primeiro dia da festa dos pães asmos " veja, o dia em que se reuniram era o primeiro dia de festa dos pães asmos, ou seja, haviam mais seis dias de festa dos pães asmos, totalizando sete.
Aquele era apenas o primeiro dia, sim, sete dias de festa eram celebrados pelo povo judeu. E os pães que fariam parte daquela mesa era pães sem fermento, pães asmos.

A Páscoa que o Senhor iria realizar com seus discípulos era realizada no primeiro dia da festa dos pães asmos. Como sabemos o Povo de Israel fora libertado do Egito, e a ultima praga que viera sobre todos, foi a morte de todos os primogênitos na terra do Egito.

"Aconteceu que, a meia noite, feriu o Senhor todos os primogênitos na terra do Egito, desde o primogênito de Faraó, que se acentava no seu trono, até o primogênito do cativo que estava na enxovia; e todos os primogênitos dos animais."( Êxodo 12: 29 a 30 )

O Senhor providenciou a salvação do povo de Israel, por meio do cordeiro que fora imolado, e seu sangue aspergido nas ombreiras e nas vergas das portas. Assim o anjo enviado pelo Senhor passou por cima das casas onde havia o sangue, dai o nome de "Páscoa", que quer dizer "passagem".

 "... come-lo-eis a pressa: é a páscoa do Senhor..."  V.11  "... quando Eu vir o sangue, passarei por vós, e não haverá praga destruidora, ... V. 13
( Êxodo 12: 7 a 13 )

O Senhor também ordenára ao povo que apartir de sua saída, após a passagem do anjo da morte sobre o Egito, estes, celebrariam uma festa de sete dias que antecedia a jornada a boa terra. O povo teria que, além de comer o cordeiro e passar o sangue nos umbrais das portas, comer pães asmos durante sete dias. Sim, pães sem fermento, todo o fermento teria que ser tirado, tudo que levedasse deveria ser tirado do meio deles.

 " Sete dias comereis pães asmos. Logo ao primeiro dia tirarei o fermento das vossas casas, pois qualquer que comer coisa levedada, desde o primeiro dia até o sétimo dia, essa pessoa será eliminada de Israel."
( Êxodo 12: 14 a 20 )

Assim podemos observar que a páscoa inicia com a festa dos pães asmos, ou seja, no primeiro dia da festa dos pães asmos é realizada a páscoa, assim, por mais seis dias continua a festa dos pães asmos.

Após o Senhor ter comido com seus discípulos a páscoa e cumprido assim a lei, Ele instituiu a Ceia, memorial eterno simbolizado pelo pão e vinho; Seu corpo todo inclusivo que fora partido, e Seu sangue remissor, sangue de nova aliança, sim a aliança que fora profetizada para Israel, agora iria ser estabelecida pelo Senhor Jesus, sim, o sangue iria ser derramado para remissão de pecados, e uma nova ordem espiritual estava sendo estabelecida naquele dia. Aquele evento traria a toda humanidade sem ecessão, um novo pacto de Deus com o homem, por meio do sangue de Cristo; a nova aliança.  Agora não só para a casa de Israel, mas para todo o que crece no filho de Deus.

( Mateus 26: 26 A 29 ) " Equando comiam, tomou Jesus um pão e, abençoando-o, o partiu, e o deu aos discípulos, dizendo: Tomai, comei; isto é o meu corpo.
A seguir tomou um cálice e,tendo dando graças, o deu aos discípulos dizendo: Bebei dele todos;  Porque isto é o meu sangue, o sangue da nova aliança, derramado em favor de muitos, para remissão de
pecados. 
E digo-vos que, desta hora em diante, não beberei deste fruto da videira, até aquele dia em que o ei de beber novo convosco no reino de meu Pai.
E, tendo cantado um hino, saíram para o Monte das Oliveiras."

 
Esta era uma reunião onde Jesus, o Cristo, proclamava de forma misteriosa, mas de maneira simples aos seus discípulos a Sua obra completa na cruz.

Após sua morte e ressureição, o evangelho foi pregado aos judeus, mais adiante aos gentios e por fim se expandiu por toda a terra.

Inicialmente cento e vinte judeus se reuniam em Jerusalém e partiam o pão de casa em casa para anunciar o feito redentor realizado por Cristo na cruz, no calvário.
Vários ajuntamentos foram se formando, tanto de judeus como de gentios.
Iniciava-se uma prática saudável da "Eklesia" de Deus, todos que foram "chamados para fora" de tudo que se chama religião, lei e mundo, e foram colocados em Cristo. 
Ali estava a "Igreja", o povo redimido do Senhor.

Mas isso não demoraria muito. Na Igreja em Coríntios os irmãos se reuniam e partiam o pão, porém com o passar do tempo o fermento foi introduzido no pão da comunhão, e este passou a levedar, e se tornou visível o caminho que tomaram os Coríntios e também outros santos.  Assim, de forma clara e exortativa, o Apóstolo Paulo declarou.

"... não vos louvo, porquanto vos ajuntais, não para melhor; e, sim, para pior.  ... estou informado haver divisões entre vós quando vos reunis ..."
1 Coríntios 11: 17 a 18

A primeira questão encontrada era a divisão, que fora produzida pelo fermento colocado nos pães asmos, a ponto do Apóstolo afirmar que aquela reunião não era a ceia do Senhor, a qual deveria ser algo sem mistura, realizado em memória de Cristo, para desfrute de Deus e dos homens.
Tendo como centralidade Sua obra toda inclusiva na cruz.

 " Quando, pois, vos reunis no mesmo lugar, não é a ceia do senhor que comeis." 1 Coríntios 11: 20

A esfera supridora da graça havia sido retida, e a morte tomara a ocasião da alma e ego dos cristãos que tentavam realizar uma obra pra Deus.
Buscando em seus próprios conceitos preservar os desejos das suas almas e guardar a palavra de Deus.
O Senhor já havia advertido aos seus discípulos deste fermento. " E Jesus lhes disse: Vede, e acautelai-vos do fermento dos fariseus e saduceus."
Mateus 16:6
Sobre o mesmo fermento o Apóstolo Paulo adverte os cristãos de Coríntios, pois as atitudes que eles tomavam para administrar e conduzir a Igreja de Deus era segundo suas vontades e não a de Deus, por isso o Apóstolo afirma mais adiante que havia ali, completa derrota!
(1 Coríntios 6;7)

" Não é boa a vossa jactância. Não sabeis que um pouco de fermento leveda a massa toda?  Lançai fora o velho fermento, para que sejais nova massa, como sois de fato sem fermento. Pois também Cristo, nosso cordeiro páscal, foi imolado."

Irmãos e irmãs, quando vos reunis, o que levais para a ceia? O orgulho e a altivez de vossas almas na sabedoria da palavra da verdade? ou a força de seu braço para realizar um serviço "adequado" pra Deus? O zelo da palavra para excluir outros irmãos "fracos" da participação desta reunião?
O esforço natural para "tentar" edificar a casa de Deus? ou a Maldade e a Malícia, fermento oculto e destruidor que se encontra no coração e que danifica todo o corpo e o mata lentamente?

"Por isso celebremos a festa, não com o velho fermento, nem com o fermento da maldade e da malícia; e, sim, com os asmos da sinceridade e da verdade." 1Coríntios 5: 8

Irmãos e irmãs, ainda há muito para esmiuçar nesta palavra, mas, este é o ponto crucial; Pães asmos, sem fermento, sem nada que é nosso, sem nossas preferências, valores, religiosidade, sem nossas ofensas, sem nosso sentimento de ofendido, sem nosso rancor por algum irmão ou qualquer pessoa ao nosso redor, sem nada que é nosso, a não ser a cruz de Cristo, a qual Ele à levou em fraqueza para morrer por nós.

Irmãos e irmãs, se deixar-mos a cruz realizar tal obra em nós, ai sim, a Ceia do Senhor será realmente Dele, e nós estaremos misturados com Ele, então haverá uma Festa, como relatou o Apóstolo Paulo.
Não mais um ritual de morte, onde saímos pior do que chegamos, haverá um desfrute da liberdade do Espírito, onde a alegria é visível e o amor uns pelos outros é expresso.
Estará sobre a mesa; os Asmos da sinceridade e verdade.
E durante os sete dias de nossa semana celebraremos a vitória de Cristo, a cada dia, em uma vida de pães asmos.

Que o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, por meio de Sua comunhão conosco mostre-nos o que somos, e que nos faça conhece-lo, e este crucificado.

Autor: Gladstone Campos

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